sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Lua em Vênus...




Me fez falta as noites de céu azul...
A brisa a me fazer um falso frio de outubro, 
meu tempo confortável...

Olhar as luzes de cima de um lugar qualquer
e escrever sem me preocupar em falar bonito,
Sobre algo bonito que não sei descrever.

Me fez falta, o tempo das solidões sóbrias,
cheias de loucuras controláveis 
das quais eu sei enjaular.

A música do meu silêncio entorpecente...
O tocar da repetição do meu renascer,
Escondido no que sou e no que me torno.

O meu passar de vida nos olhos...
Como se eu pudesse me orgulhar das dores que venci.
Como se realmente importasse de onde eu vim...
Como se mais nada nesse mundo pudesse me parar!
Como se eu fosse a órbita de uma loucura combinada
De sonhos a se realizar.

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Asma...





Minha cabeça anda oca,
Mas cheia de preocupações. 
Criei uma ruga entre a testa, 
Envelheci por puro cansaço
De continuar cansada.

Os 20 cigarros do maço já não me bastam...
Não escrevo versos carinhosos de fim de tarde. 
Não sou bobagens de sábado em pleno domingo.
Hoje sou mês de chuva, e já faz tantos meses.
Só chove...

Me perdi no turbilhão da falta de calmaria.
Nunca fui exemplo de persistência...
Desisti faz tempo, do tempo que não muda.
Virei preguiça repetida, só por precaução...
Enquanto durarem os pulmões.

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Repetições do azar...




Eu fui um erro ao nascer...
Mas tive tudo para dar certo. 
Me transformei em um fracasso, 
Do qual eu não sei desistir...    
Por ser daqueles cismados,
Que espera a sorte mudar.
Eu continuo esperando...
Mesmo não acreditando em sorte!
Essa é a minha quase sorte, 
No meio de tanto azar.

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Anormalidade cotidiana...-




O mundo anda chato,
As pessoas andam um porre, 
E meu amor tá com preguiça.        
A medida que meu conto de fadas morre,
Morro junto, literalmente.

Eu já chorei demais, hoje estou seguindo só...
Peguei bode de você, e de tudo que eu gostava.              
Não quero ir embora, tão pouco continuar...
Eu quero matar o meu sono de sonhos,
Eu quero dormir sem parar pra acordar.         

Quero esquecer do que não foi da forma que eu escrevi. 
Pra ser sincera nem sei quando a coisa desandou,
Me lembro de não ser tão assim...
Mas minha esperança é estilo bipolar,
Manhã acorda, na outra desmaia, e por aí vai.

Até posso assumir um certo exagero,
Mas que culpa eu tenho?
Não nasci pra esse mundo lento, 
Essa falta de evolução me mata!
E se não caibo no mundo,
O que me resta é morrer!

Eu, na morte lenta de quem não se mata...
Afogada em dias de esperança, 
Sufocada em dias de desgraça.
Aguentando com ar de sobrevivente...
Filosofando sobre a normalidade disso,
Inconformada com a normalidade disso.

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Insignificâncias



Meu silêncio é um acúmulo 
de insignificâncias que se calam...
Na ponta do lápis a tristeza 
que não se escreveu, entupiu. 

Às vezes um silêncio
 é só um silêncio.
Às vezes um silêncio
 é um grito solitário...

De quem calou,
por preguiça
 De repetir demais.


domingo, 21 de agosto de 2016

Desconstrução



Não somos mais que nossas histórias,
Nossas escolhas, nossas memórias.
Não somos mais do que momentos 
Na soma de segundos, minutos e horas...
Somos a junção de datas que correm,
Em números de um calendário inventado.

Não somos mais do que nossos erros,
Acertos e repetições, o feito e não feito.
Não somos mais do que nossas prisões... 
Fugas inconscientes, loucuras inconsequentes.
Somos nossa imaginação cambaleando...
Por cima da realidade, cambaleando por cima de tudo.

Somos nosso mundo inteiro em construção,
Desconstruindo regras entre a evolução. 
Somos nosso mundo inteiro em desconstrução,
Desfazendo vida com a própria vida...    
Vivendo e morrendo no passar dos dias...
Na mentalidade de animal racional que pensamos ser.

sábado, 13 de agosto de 2016

Afogada em letras


Nada como uma boa escrita,
Para uma tristeza mal enxugada.
Molha o papel, lava alma, letra por letra...
Uma faxina sentimental, visceral, literal.
Não mente o que se escreve com gosto,  
Mesmo que seja desgosto.