sexta-feira, 30 de abril de 2010

Azar






Se não for azar não sei como chamar...
Tudo dá errado e a palavra que encontro,
A rimar é azar...

Horas penso que não vou aguentar...
Essas coisas que insistem em me acompanhar.
É no amor, na amizade, no financeiro,
O tal azar querendo prejudicar.

Não sei, horas me revolto...
Horas deixo pra lá, esse bandido pegajoso...
Que cisma a me acompanhar.


quinta-feira, 29 de abril de 2010

Confusa Briga




E eu brigo com a vida,
Desiludo com pessoas,
Me revolto com o redor,
Me rodeia a confusão...

Sou descrente dos amores,
Me apaixono sem razão.
Sou tola inocente,
Machucada e magoada,
Sou ferida dolorida,
Sou descrente dessa vida.

Dou bom dia todo dia
E risonha digo ao sol...
Tu não queima mais que eu,
Sou tristonha mais feliz,
Nunca tive o que quis...

Me iludo com que tenho,
Me carrego de anseios...
Sou metade de alegrias,
Por inteira imensidão.

Turbilhão de intensidades,
Mas eu vivo de metades.
Quem diria que ironia,
Minha louca confusão.


terça-feira, 27 de abril de 2010

Mulher







Toda mulher nasce pro amor,
Sua peleia é a sina de sentir demasiadamente
Os segredos da paixão...

Já diziam que perde o rumo
Quando sangra o ventre,
E em desejos quentes

Queima o coração...

Que é um grande tolo, perdido e enroscado
Entre grades e enjaulado...
Esperando por uma fuga sem nexo,
Do lugar seguro que lhe acomoda,
O incomodo que lhe quer partir.

Ele te implora,
Dia após dia pra sair dali...
Ah mulher confusa, não lhe de ouvidos.
Esse órgão é burro...
Fuga é dor, é vida e morte...

É vagar em busca de algo abstrato
Num labirinto, vendado...
Se iludir com superficiais cheiros de rosas,
E furar o dedo em espinhos de veneno lento,
De delírios fortes e visões febris.

Escreviam os poetas de adocicadas almas
Como doí o abandono...
A mulher sempre chora e espera a volta
D'alma que abandona o corpo.
Nesse interminável clico sem fim...

Só lhe volta a calma quando te iludes
De novo por amor eterno...
Que vaga de hora em hora
Nesse confuso e imenso jardim.

Brota sem lei a flor do amor da mulher sem estação.
Mas o outono é lei na ciranda da flor,
Que sem mais nem menos encontra-se ao chão.

Chora mulher que nasceste de choro,
Ao sorrir a outra que lhe deu a luz...
Já nasceu gritando por destino triste,
Tens caminhos vagos e poucos afagos.

Não se desespere por tamanha angústia.
O destino é breve, deixe que te leve....
Tu te desabrochas, não fuja da hora desse amanhecer.
Pois um dia se acostuma a roda da vida que lhe fez nascer.

domingo, 25 de abril de 2010

Gozo Morto






Eram dois corpos quentes,
Latentes 
de desejo fluindo...
Mas agora desses corpos
Em êxtase v
ibrante de paixão,
Sobrou apenas o gozo morto
De fim de relação...

.
Arrependimento por desgosto, 
Não faz voltar o tempo, do amor que não voltou...
Tu pensaste antes de correr de mim,
Meu antigo corpo que esquentava o meu.

Hoje quem não faz faísca sou eu...
Depois que tu deixou apagar as chamas,
Não me engano com nenhum 
Fogo de palha, não me espalha.

Não me queima as paixões de corações,
Não danço em volta de fogueira.
Minha festa junina acabou em brigas
Comigo mesmo depois de ti.



segunda-feira, 19 de abril de 2010

Lágrimas





Poucas são as lágrimas...
Diante tamanha mágoa 
Que guardo junto ao peito.

Ainda hei de esquecer as dores,
Que em meu coração habitam.
Demolir a moradia de tanto sentimento inútil.

Meu semblante simpático e sorridente,
Enquanto o pranto continua...
Digo diariamente: - Não chore!


domingo, 18 de abril de 2010

Tanto Quis




Era triste e feliz te ter,
Pra pensar em ti, durante o dia. 
Durante a noite era um sonho,
Às vezes infeliz...

Te ver, e te ver partir
Hoje é um nada, não te ter aqui.
Parece que daqui nunca foi...
Amor que tanto quis.


sábado, 17 de abril de 2010

Curinga Perdido





Há cartas de baralho
Com personagens vivos

Pulando da minha janela...

Há maravilhas fantasiadas
Com nome de esperança

E eu não sei mais acreditar...

Pulo junto?
Ou fico estagnada...
Com o resto que já está.


Sinto cheiro de chiclete
No piscar de olhos 
que piscam aflitos.
Procurando me encontrar,
Ou me perder nessa doce aflição.


Continuo pedindo que o mundo conspire...
Há curingas na mesa do jogo que estou a jogar.
Horas em minha mão, horas em outro lugar.

Infelizmente em blefes há abismos...
Horas escorrego nessa escuridão,
Sinto que cansei dessa brincadeira...

Só queria um personagem que me mostrasse
A realidade, e me acompanhasse...
Que enfeitasse o vazio que sou obrigada a enfrentar...
Ainda tenho medo das cartadas incertas que a vida dá.


sexta-feira, 16 de abril de 2010

O oco





Me deixei apaixonar
Por uma árvore seca,
E quem secou foi eu...

Dia após dia eu cantei canções de amor,
Para abençoar aquele maldito,
Que era pra mim o mais puro sentimento.

Eu chorei... Eu colhi o que plantei.
Eu plantei amor em um castelo de ilusões,
Que você soprou... Desmoronou.

Intenso o sentimento
Que foi embora sem dar adeus...
Partiu da mesma forma que apareceu.
Fugaz.

Deixou o mesmo de antes
Desse amor vazio...
O oco que ficou comigo.

Já não choro mais.. Secou.
Já não amo mais... Sequei.
Já não sinto... Ficou contigo
O sentimento que morreu comigo.

E sei que não é só seu
O vazio que você deixou...
Já o tinha antes de você partir.
Não lhe culpo por tal maldição.

Antes de você com seu amor vazio...
Eu já tinha esse oco a me acompanhar.


terça-feira, 13 de abril de 2010

Assasinato






Hoje acordei de um pesadelo,
Você estava nele...
Será que é verdade ?
Será que pressinto?

Hoje é só uma ilusão...

Confusão que já não sei se foi real.
Porque tudo deixou de existir,
Por uma fração de segundo.
Como se nunca no mundo 
Tivesse sido o que foi...

Foi assim demasiadamente precoce
Para uma história de amor...
Não sei se declarei amar você.
Assim também já não sei mais se amei...

Quem sabe amanhã saberei explicar ao mundo,
O que não sei dizer por achar absurdo...
Gritar o que pede inconstante no passado pra calar.
E diz que passou...Que não é daqui.

E no adeus que tu me deixou...
Ficou o sentimento que nunca existiu,
E se existiu foi teu adeus quem morreu e matou.


segunda-feira, 12 de abril de 2010

Fôlego





Tenho sono, mas não quero dormir.
Parece que espero noite após noite...
O último beijo não me tirou o fôlego.

Eu quis e não quis...
Eu fugi de ti, eu fugi de mim.
Eu procurei em outros mares tuas ondas.
Mas o último beijo não me tirou o fôlego...

Eu quis e não quis...
E eu que não te quero mais,
Mas ainda estou aprendendo a viver sem você.

Eu não tive tempo de dizer te amo...
Eu não tive tempo para aprender a dizer adeus.
Eu não quis, eu não fiz...

Eu queria estar chorando, me aliviando
Em gotas que caem pela face...
Mas noite após noite continuo a esperar.

Nesses dias de amargura, eu tento apaixonar.
Eu tentei, mas não consegui...
No último beijo eu não quis pensar em ti...
Mas não me tirou o fôlego a ponto de te esquecer.



segunda-feira, 5 de abril de 2010

Trem






Onde será que me leva esse trem?
De onde será que ele me faz voltar?
Na partida de algo que não se viu ainda,
Ou na chegada de uma noite inesperada...
Entre beijos no amanhecer de uma madrugada.

Sempre volta a fazer efeito
Os remédios que não tomei...
Há feridas em corações partidos
Que partem desse trem...

Não sei onde dá o destino
Nem se preenche tal vazio...
Há defeitos nas maquinarias
Que me levam até você...

Passando de vagão a vagão,
Se perdem mil coisas entre minha confusão.
Mas entre mil delas encontrei você...
Naquele mesmo trem, do qual ainda não sei voltar.

Falta certeza nas coisas...
Que não sei acreditar.




domingo, 4 de abril de 2010

Uma mesa de um bar de hotel




Na mesma mesa, mesmo lugar...
Eu continuo a te esperar.
O abre e fecha da porta,
O vai e vem de pessoas...

Continuarei a te esperar.
As mesmas melodias,
O mesmo ritmo de dançar...
O mesmo baile.

Sumiram as notas da nossa canção,
Meu coração saiu do tom...
Já se foi o nosso, o que há de bom...

E eu tenho que me acostumar
A continuar nesse lugar,
Sem te esperar.

sábado, 3 de abril de 2010

Folhas de um outono morto




Como as folhas que caem no outono chegou o nosso fim...
Como as folhas que caem ao chão no outono,
Caiu meu coração por te-lo entregue a ti.

Mais tarde haverá um florescer de primavera com ou sem você...
Eu sei, que vou sorrir e dançar em todas as tardes e sob o luar...
E se a vida é um ciclo, um dia hei de me acostumar com os finais.

Mas vou continuar a colher as pétalas caídas,
Não acho justo que o que um dia foram flores,
Hoje serem folhas pisadas como papel de carta.

Os perfumes que já senti um dia...
Continuaram a ter as mesmas essências vivenciais do passado
Apesar de ter acabado.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Bobo da Corte






Ela pediu uma resposta, ele disse adeus...
Ela balançou a cabeça num sinal de negativo.
De decepção, de coração partido...

Ele fingiu que nada aconteceu...
Como se não tivesse noção de tal atuação.
Ela agradeceu ao mesmo, por tal sinceridade bruta.

Era a menina pura que entregou o coração,
Ao bobo da corte que não tinha intenção.
Ele o bobo da corte, que ganhou um coração,
E não soube dar vazão a imensidão de tal loucura...

Ela carregaria uma dor a mais na imensa bagagem...
Que exausta carregava sob os ombros.
Sabia que iria doer em dias quentes
E em frios dias cairia ao chão...

Mas seguiria com o peso de todas suas intenções.
Com o peso de todo seu mundo...
Ele ficará mais uma vez sozinho,
Com sorrisos falsos e sentimentos vagos.

E gente como eu... 
Mais uma vez deixa de acreditar na beleza do acaso...
E digo isso porque queria eu não ser a tal menina
Arlequina... Arrependida.


quinta-feira, 1 de abril de 2010

Tarde Demais





Ás vezes temos corações em nossas mãos,
E não sabemos cuidar do que nos foi entregue de bandeja...
Deixamos ao léu tal fragilidade.

Talvez quando dada devida atenção,
Joia tão rara tenha sido perdida, em algum beco escuro 
Que lhe havia tirado a visão...

Quando falta luz o invisível nos salta aos olhos...
E pode sim ser tarde demais, pra dizer te amo, pra dizer adeus.
Dê valor as coisas que lhe doam por pura essência.

Amanhã o cristal bruto pode se transformar em joia rara...
E você não soube ver o brilho de sol da manhã, de frio na barriga e bem amar.
Amanhã tudo se foi, você perdeu o tempo do que podia ser infinito.

E quando se acha um ponto, onde deveria haver três, chegou ao final.
O telefone não vai mais tocar, não bateram à porta,
Nem lhe chamaram no fim da noite...

E irá sussurrar aos teus ouvidos o travesseiro...
Infelizmente meu amigo...