quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Eu que não sou...




No rosto que não é meu,
Nas roupas que não me servem.
A foto que eu não tirei,
Na pose que não é minha.
Sorriso que eu não sorri,
Tristeza que eu não chorei.
De um jeito que eu não falei,
Dos hobbies que eu nunca tive.
Cabelo que eu não cortei,
E os riscos que eu não sofri.
Os drinks que eu não bebi,
Em um canto que eu nunca fui.

Te encontro olhando...

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Meio inteiro...


O amor é meio rima à toa,
Tentativa de poesia...
Literatura, novela das oito,
Meio música pela manhã.

Capturando no piscar de olhos...
Seu jeito nos afazeres mais simples.
Para assistir em um filme de repetir
Os detalhes de conhecer seus trejeitos.

O amor é meio clichê, meio brega,
Mas completamente feliz...
A ponto de matar de inveja,
Sujeito que não sabe ser bobo.

Não há linha de estrofe que caiba
A sorte desse sorrir carinhoso...
Do coração que encontrou motivo,
Junto ao coração do outro.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Tempo, tempo...


Tempo, tempo...
Pare de correr!
Sinto medo de me perder,
Num compasso que não sigo.

Pelos dedos escorrendo,
Vejo tempo que me foge...
Num piscar de coisa alguma,
Que não vi acontecer.

Pare de fugir!
Se me apresso, perco o fio.
Se espero, perco a hora,
Que enrola nos ponteiros
Do relógio que não para.

Pare de numerar!
Que pergunto a todo tempo,
Quanto tempo ainda tenho?
Pra perder me esperando.

Tempo, tempo...
Eu que fico enrolando...
Pra poder matar o tempo,
Ao invés de me achar.