segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Sem nome...



Me roeu as unhas, me levou o sono,
me endoideceu...
Repete o pensamento, repete, repete, repete...
E eu repito, pare de repetir!
Pensando sobre o cansaço da repetição,
que insiste em pensar repetidamente.

Mantenha o controle! Mantenha a postura,
não roa unha, não roa alma, não fume...
Não me leve tão longe do que sou.
Não vire um animal irracional descontrolado...
Se acalme, se adestre, se contenha, se engula.
Seja adulto, seja calmo, seja falso, frio e bom.

Um discreto socorro grita quietinho,
no barulho entre eu e eu mesma...
Socorro! Desculpa! Socorro! Desculpa... Socorro!
- Desculpa... Às vezes eu não posso te ajudar,
você sou eu quando se perde...
- Não ligo, me drogue! Me sede!
Me engane com comprimidos...
Me leve a um doutor formado em arrumar pessoas!
Me faça parecer normal!

E os outros? Assistem minha cara de paisagem,
enquanto não me escondo da realidade...
Por ser uma ótima atriz pra plateia,
enquanto o meu mundo se quebra
e sou engolida pela ansiedade,
continuo fingindo normalidade.

Você não sabe nada sobre mim,
Você não sabe...
Da guerra silenciosa que explode diariamente,
Você não sabe...
Ninguém sabe, e morrerei desconhecida.
Eu sempre soube...