segunda-feira, 28 de julho de 2014

Sem nexo...




Era um mundo de possibilidades,
Um mundo de sonhos sem leis.
Era um estoque de sorrisos pulando,
De uma falta de sentido no ar...
Eram instintos sobreviventes.

Era um tanto do que imaginei,
Com perdas a mais, razões a menos.
Mas gostava de ser, quando podia.
Agora sumiu, virou medo dos sonhos 
Que escorreram pelas mãos.

Agora não sei... 

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Um mar de dores




Eu vi teu mar bater nas pedras,
Voltar, bater nas pedras.
Um mar de dores...

Sentei na areia,
Pra te assistir molhar meus pés,
Mudar tuas ondas...

Entende, não vou sair daqui.
Eu nunca fui a lugar nenhum...
E as dores passam.

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Uma crônica mal feita...




Entre os sapatos jogados pelo quarto e os óculos embaçados, a vontade de um amanhã. Se perdia em medos de sua imaginação cansada, as cores do entardecer mostravam mais um dia perdido em seu pessimismo sujo, e a calma submissão incomodava os resíduos de esperanças.

Um cigarro atrás do outro, assistindo os seus não feitos, tristeza batendo no meio de conclusão alguma. Era apenas um corpo em repouso com seus dilemas, da cama para a cadeira, da cadeira para cama, e a tentativa de uma escrita que não vinha.

No pouco movimento as horas passavam engasgadas, forçados minutos correndo, e ela parada. No mudar de cores, no cair de luzes não se importou com tempo, ainda caída na cama se desfaz em sentimentos, pensamentos desorganizados embolados com a coberta, a vontade de dormir e a muita falta de sono. Se revira pelo espaço vago, inimiga solidão.

Entre o barulho de si para o quarto, entre o silêncio da rua para um eco, nada fazia sentido a não ser uma espera vazia de algo que não fazia ideia, ela queria ser salva... Mas na falta de herói, planejou fugir para o céu, planejou se sentar numa nuvem, jogar seus medos lá de cima. Ela planejou rir de deboche por se sentir abstrata demais, planejou brincar com as estrelas e esquecer dessas mágoas, de quem cresceu depressa, de quem se machucou à beça.

Ela não queria partir, só precisava de descanso, de um canto que abraçasse suas incertezas. Ela precisava acreditar no mundo, para jogar as fichas assim que voltasse do céu, do quarto, da cama, assim que voltasse para si.

Ela precisava se sentir Bem-Vinda! Ela precisava voltar para casa, mas apesar da pressa, se perdia pelo caminho do medo de não se achar, no meio dessa confusão. Até que então adormeceu, com o cansaço e receio de que o amanhã fosse igual. Amanheceu na cama, de onde não havia saído, e o resto eu conto depois...


sexta-feira, 11 de julho de 2014

Toda espera...



Vem de mansinho, sem avisar...
Para me contar tudo que já sei.
Fala ao pé do ouvido,
Remexendo meus desajeitos,
Como quem chama para brincar.

Vem com cuidado!
Que já arrumei as mágoas.
Mas não há espaço infinito,
Que caiba nas minhas malas
Tanta bagagem.

Chegue sincero...
Com ar destemido de quem encanta.
Eu sou malandra e não me engano
Com qualquer farsa, não se desfaça,
Dos teus defeitos, nem ignore os meus.

Mas venha intenso!
Não lhe esperei para ser pouco.
Não chegue dividido,
Que não lhe tomo em frações...
Não quero nada que não seja muito.

Não se demore, é para ontem com toda urgência!
Que meu amor sempre foi pressa do amanhã.
O meu amor sempre foi pressa de existir.
O meu amor sempre foi pressa!

terça-feira, 8 de julho de 2014

Barulho


.
Queria poder apagar um bocado de coisas,
No meio desse silêncio em que tropecei.
Me resgatar dessa calma controlada de não saber.

Queria escrever uma porção de linhas...
Contar como me sinto, debater até fazer sentido,
Pra poder me entender, desafogar, e parar de me importar.

Mas não tenho o que contar...
Além da vontade de ter uma janela pra ver a chuva cair,
E encostar minha incerteza em algum abraço seu.

sábado, 5 de julho de 2014

Balanços




Sentei no branco balanço de madeira, balancei.
Viajei, no ritmo das águas naveguei...
Ri da calmaria, como se me fizesse cócegas de paz.
Sorri, parei, refleti, mas que loucura vi, vivi.
Eu sou capaz de me perder e achar bom.
É que às vezes eu preciso de uma sacudida,
Já que paro de me mexer e nem percebo.
E essa inércia nunca me fez bem.

sexta-feira, 4 de julho de 2014

Devaneio controverso



Eu descobri que é cansaço.
Eu me cansei dos tombos, 
Eu me cansei das pessoas,
Eu me cansei dos machucados. 
Eu me fechei no meu mundo,
E agora, eu não sei como é ter alguém.
Não sei lidar com o perigo de esperar o outro.

Eu descobri que o que tenho é cansaço.
Eu não quero ser invadida, violada...
Eu não suporto a ideia de ter uma porta,
Não sei assistir partidas e me proibi das chegadas.
Nada mais que um desgaste pelos mesmos fatos,
Nada além do que preguiça de repetir os atos.

Eu aprendi a ser só, por ser seguro, eu me tranquei aqui.
Faltou coragem de deixar cavar espaço...
Por não querer criar um oco, do qual não sei tapar.
Sofro pelo motivo errado, ainda sofro, mas não sei se sei mudar.
Eu descobri que tenho medo, e continuo com o que não tenho.
Cuidando do meu caminho torto, e dos erros que descobri ser. 

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Mais além



É preciso sair correndo, ir para o alto, ficar tonto, ter vertigens,
Tombar no chão, se machucar, se apaixonar, se assistir...
É preciso viver, reviver, relembrar, errar, aceitar, acertar,
Suspirar, renegar, abandonar, voltar, abraçar.

É preciso sentir, amar, mesmo que doa até os ossos,
Para lembrar que é isso o que nos torna especial,
Nessa bagunça tão fria de ser mais um pontinho 
No meio de tanto assunto, no meio de tanto mundo,
No meio de tanto ponto, no meio de tanto, além de nós.

quarta-feira, 2 de julho de 2014

Hoje




Queria ouvir barulho de chuva no meu telhado.
Um tanto de esperanças nessas incertezas...
A paz de poder sentir e não se preocupar.
A paz de poder ser eu, sem interferências
Do que se cria de expectativas para o amanhã.

Hoje eu queria ser nada além do que já sou.
Mas deixar de lado todo medo que aprendi a ter...
Conseguir largar dessa mania de pensar demais,
E desligar desse meu lado que me faz tão mal.
Hoje eu precisava só do meu melhor.