terça-feira, 30 de setembro de 2014

Detalhes...





Eu saio de pijama,
Eu danço de toalha,
Eu canto tudo errado...

A vida fica feliz assim,
Bem no meio dessas necessidades bobas...
E eu não gosto de contrariar o que faz bem.



segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Vazios...




Sinto falta...

De quem me convide pro sorvete de domingo,
Pro vinho com viola na calçada da vizinha,
Exposições com ou sem sentido.


Sinto falta...

De excursão de escola,
Conversas entre a música do silêncio,
E passeios sem nenhuma rota.


Sinto falta...

De quem converse sobre livros,
Escreva versos no improviso...
Só pra rimar com minha falta de sentido.


Sinto falta... 

Do entusiasmo de quem me sacuda as ideias.
Na falta de ideias que passa, no meio do cotidiano.
No meio dessas preocupações,
Me preocupa não parar de sentir... 


Falta.

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Desencantos...




Eu vejo um detalhe, um defeito...
Me finjo de desapercebida,
Mentira!

Me bate uma crise, 
E eu acho que a pessoa é demais 
Ou de menos...

Eu acho que nem quero achar, 
Que não a conheço, 
Nem sinto vontade...

Eu ando com preguiça de gente!

domingo, 21 de setembro de 2014

Paraquedas...




Eu não tenho paraquedas,
E por mais que eu resista...
Sinto a dor do tombo que vem,
Como se fosse o inevitável avisando...
- Doí agora, mas vai doer mais, vai doer!

Poft, o que é uma dor,
Além do que já sinto?

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Entre pés...



Baila a bailarina 
De vestido branco,
Sapatilha rosa.

Baila, baila a bailarina,
Com seu passo curto,
Poesia em prosa.

O collant colado,
Um tule rodado,
Girando as tristezas...

O que essa dança conta?
Demi-pliê!
Contos de ballet.

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Chuva de letras...




Minha cota derramando...
Escasso tentar de novo
Caindo pelas beiradas,
Da falha convicção.

Lança seu ar dissimulado,
De quem finge não saber
Que eu sou um balde cheio, 
A ponto de transbordar.

Pare de me derramar em gotas! 
Pare de me derramar!
Preciso chorar...

Preciso secar, evaporar.
Preciso esquecer,
O que me enche d'água até a borda.

Preciso esquecer de você...
Lembrar de mim, ser egoísta, 
A ponto de não olhar pra trás.

Preciso correr!
Enquanto é tempo de largar os vícios,
De um teto que nem é meu...
Preciso partir de nós.

Eu vou acreditar no tempo. 
De curar as dores, de esquecer as mágoas, 
De pensar direito nessas direções.
Tempo de desconstruir as duvidas...

Porque eu quero uma certeza,
Embriagada de sobriedade...
Pra não ter que ficar louca,
Quando eu precisar de um chão.

Eu quero não ter que parecer tão abstrata 
Quando eu digo, quando escrevo...
Eu quero poder não ser tão racional 
De vez em quando.

Entendo que meu passo talvez seja largo,
A ponto de perder a companhia.
Mas preciso caminhar,
Mesmo que o caminho seja só.

Sempre fui muito livre... 
E não é agora que me prenderei
A passos curtos, de um ritmo
Que não segue o meu.

Eu vou dançar até cansar, e vou partir.
Eu vou partir quando cansar, 
E vou dançar em outro lugar.

A vida é um cotidiano, 
Mas eu tenho tantos sonhos
Que não podem esperar! 

Desculpa pela minha pressa,
Mas eu quero a perfeição!
Que você não pode dar.

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Encontros...




Te encontraria no meio daquela multidão confusa,
Sentiria o cheiro da nossa alegria a qualquer distância.
Te encontraria no meio das nossas doloridas perdas...
Mesmo que ainda não te conhecesse, te encontraria.

Reconheceria no seu sorriso o meu, 
No seu olhar uma vírgula de uma poesia minha.
No cheiro de paz para me abraçar, reconheceria...
Mesmo sem saber seu nome, saberia te chamar para perto.

Por ser como sempre foi, como deveria ser, como é!
Desde que te encontrei, nunca te perdi nem por um instante.
E como poderia? "Já era amor, antes de ser."
Te reconheceria!

segunda-feira, 1 de setembro de 2014