terça-feira, 29 de outubro de 2013

Tem sido espera...



Nos últimos tempos não tenho sido boa cia pra ninguém.
É gostosa minha gargalhada solta e meu sorriso fácil, 
Mas ando com botão ligado pro lado menina problema.

Só eu sei como é complicado o convívio comigo mesma, 
E com a vontade de fugir que bate forte...
Como se eu tivesse a obrigação de me tirar daqui.

Enquanto minha solução mais prática e impossível, 
Seria voltar alguns milhões de passos...
Acordar desse pesadelo ruim que se tornou a vida, 
E ajeitar esse amontoado de coisas que quebraram no caminho.

Difícil segurar o choro, a lei da gravidade se faz presente,
Com minhas lágrimas e com a vontade de levantar...
Que despencou de um abismo, entre eu e a coragem que eu tinha,
Parece que se perdeu...

Queria que passasse os dias em horas, sem mexer no tempo... 
Tenho urgência por uma solução a curto prazo e curativa,
Que venha me salvar do buraco fundo que é a espera...

Eu sei como é difícil falar, assim tão claramente...
Pois me preocupa também se o ouvido do outro é capaz de escutar. 
Cansei de gastar saliva, e minha crise é de não querer incomodar...
Não querer ser problema alheio, vírgula a mais na complicação dos outros.

Eu calo por aqui o que não quer sair, e espero pela calma...
Como se ela fosse chegar assim, batendo na porta, chamando por mim...
Como se o tempo fizesse milagres, mas vai saber se não... 

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Bagunça de ontem...



Eu não queria me sentir idiota, mas me sinto...
Por tudo que fiz ou deixei de fazer, por esse "nós" que perdeu o ritmo.
Por essa massa que passou do ponto, e desandou na distância, 
Que te fez um desconhecido para os meu braços...

Pelas comparações tolas que criei enquanto fechava os olhos, 
Pelos tapas que me dei no meio desse meu barulho.
Eu me perdi de ti e ficou claro na última noite, 
Eu não estava lá...

Queria estar, só para não ter que me atormentar com o ontem,
Não ter que pedir desculpas ao nosso futuro...
Eu não estava lá, perdida demais para lhe achar...
No meio dessas confusões e confissões, que só eu ouvi. 

sábado, 26 de outubro de 2013

Desistências...



Não quero te arrastar pelo monótono,
A minha falta de ânimo virou rotina...
Você não tem o dom, nem a vontade 
De reverter as minhas mágoas...

O cansaço bateu na porta da vontade que eu tinha de te amar,
E eu abri meu coração pra te assistir partir...
Não vou seguir seus passos, não quero motivos pra dor,
Podemos seguir nossas vidas...

Pode chamar de desistência, a coragem que foi embora sem avisar...
Pois te nomeei de perda, e faz tempo que não acredito em nós.
Vivo longe da indiferença, então posso dizer que me importo,
Aparentemente sozinha, fico por aqui...

Na luta de te apagar dos meu dias, dos meus planos, 
E da minha saudade que grita teu nome...
Desaprendendo a me lembrar de você,
Como se fosse fácil esquecer...

Mas é tanta coisa que já não é...
Que você virou apenas mais uma cisma minha,
Da qual tenho pra mim que passa,
Assim como todas as outras...

Desculpa te fazer de tão pouco, tão pouco é isso...
Na verdade eu queria que fosse diferente desse avesso que é.
Eu queria funcionando, queria sorrindo, queria pronto pra amar...
Mas não é a minha vontade que muda e alimenta a realidade.

O amor não é o querer de um, para dois...
É de dois para os dois, agora, amanhã e depois.
Não só na quarta ou domingo, feriado ou dia santo,
Tem que cuidar pra seguir, mas você largou no descaso.

Não vou tentar consertar, porque te perdi por ali...
Em um caminho do qual não sei voltar.
Pelo jeito você nem notou...
Mas viramos uma série de desistências.


sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Alvo...




Depender da responsabilidade alheia 
É o mesmo que pedir para que o outro 
Atire contra maça em sua cabeça, 
E torcer para que ele tenha boa pontaria.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Seus defeitos...




Talvez eu devesse dormir,
Quem sabe acalmar meu barulho.
Talvez eu devesse te apagar de novo,
Do meio das minhas bagunças.

Talvez eu tenha dado murro em ponta de faca,
Ao achar que seria fácil sumir com todas as mágoas,
Que criei pelos nossos desenganos
E meu excesso de planos...

Cultivei tristezas, e a culpa é minha...
Por acreditar em nós, eu pago caro.
Mas eu me desdobro na vontade de consertar,
Como se tivesse o dom de te refazer.


sábado, 19 de outubro de 2013

Sarjeta...



Ele vive ali, na sarjeta da confusão.
Perdido e quase sem nome, meio desapercebido...
Tentando amadurecer as contradições,
Na contramão que lhe contorce a vida.

Sossega na tristeza que é rotina,
E pisca como se pudesse acalmar o passar das horas.
Como se a demora adiasse os problemas do hoje,
Mas não há saída em ambos...

Já não pede ajuda, virou desistência,
Pelo seu costume e pela rejeição...
Está calejado dos tombos que leva,
Já não sente dor, nem levanta mais.

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Silêncios...



Me incomoda suas não palavras,
Sua presente ausência que invade o nada,
E o esquecimento vai tomando os dias.

Eu calo o que grita na espera pra silenciar,
No canto da minha saudade que já não te reconhece.
A mágoa vai se enraizando... 

Aos poucos eu vou desistindo
Da tristeza que é sofrer por ti.
Tenho os meus orgulhos para carregar... 

Aos poucos vou largando ao léu
A bonita história que criei pra nós.
Mas me doí na alma te deixar assim.

domingo, 13 de outubro de 2013

Hoje de ontem...




Já não sei se hoje ainda é ontem ou amanhã,
Em minhas contas caberia um domingo, 
Só pelo desânimo do amanhecer,
Que acompanha minha falta de sorrisos.

Todo domingo é parecido, meio angústia, meio preguiça. 
Eu meio acordada no quarto, a luz apagada,
Agonia ligada no último, volume do meu padecer.

A tristeza no canto da boca, e o ponteiro do relógio,
Que insiste em segurar o passar das horas.
Me seguro em quinquilharias da minha imaginação cansada,
Se não me prendo em algo, despenco de mim.

E apesar dos pesares, ainda prezo pelo amanhã.

sábado, 12 de outubro de 2013

Faxina...




É que estou tentando carregar esse entulho pro lado de fora...
Sentimentos, pessoas, promessas, passado, e presente sem futuro.
Mas é pesada a carga de se desprender daquilo em que já se acreditou.
Eu sei, preciso largar tudo que me distanciou de mim mesma.
Mas me perdi no caminho de me encontrar, e agora nem sei onde estagnei.

Essas faxinas dão trabalho pra mais de dias...
Retalhos de lembranças na gaveta, saudades empoeiradas atrás da porta.
Machucados que se escondem nos cantos das quinas das mágoas,
Lágrimas rolando as escadas, e as luzes queimadas que não acendem faz tempo.

No meio desse estrago, nem sei se sobra algo...
Mas do que adianta tanta mobília?
Se já não cabe gente aqui, se de morada nem a dona comporta.
Não posso partir de mim, o que me resta é encarar a faxina.

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Desabando em verdades...



É difícil olhar pro lado e ver tanta gente envelopada no egoísmo. 
Meu clichê de estar cansada de ser a boazinha nesse mundo cego,
Com um cabresto na direção de seu próprio umbigo.

domingo, 6 de outubro de 2013

Impaciência...



Fico corroendo as vésperas de seus pedidos,
Como criança que espera o chamado para brincar.
Quase vergonha a ânsia de te querer, 
Quase não seguro o semblante a me declarar...

Transito por meu território afoito...
Dois passos, três pensamentos e as lembranças.
Tentando acalmar a pressa que chama pra ontem,
O amor que me faltava há tanto.

sábado, 5 de outubro de 2013

Das incertezas...




Talvez você se enquadre naquela minha lista de decepções,
Que cresce a cada passo que tropeço na realidade...

Talvez faça sentido eu fazer as malas e fugir pro outro lado,
Do mundo, de mim e de você...

Talvez eu só esteja exagerando como de costume,
Como de costume, talvez eu tenha razão...

Talvez tenha sido só isso, já tenha passado...
É, talvez.

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Concreto...


O tic-tac ensurdece a paciência,
Nessa inércia que atropela as esperanças.
A onda leva os meus castelos de areia...

E apesar de saber voar,
Eu peço o chão de algumas certezas,
Pra poder seguir sonhando.

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

As respostas...



Eu podia te dar boa noite, podia dizer o que penso,
Poderia não me sentir engasgada pelo ontem,
Mas me sinto, debatendo em suas vírgulas...

Ecoando em meu ouvido um insistente "não pode dar certo"
Me cansei de joguinhos, e não sei brincar com incerto...
Não me conformo com a possibilidade de perder as rédeas,
Um bom pedaço do meu orgulho também pode ser chamado medo.

E agora o meu desespero é descobrir o que faço com meu coração,
Que se aperta contra a luta de me fazer de forte...
Que insiste em tentar me ensinar a dizer o que sinto,
Mas me travo na vontade de falar...

Porque talvez metade do que te escrevo seja minha loucura, 
Tentando ser digerida pela falta de capacidade que tenho de me compreender.
Falei sobre ser intensa, sobre não me envolver, me protejo de me machucar....
Por deixar os passos que não podem seguir com os meus.

Você me falou sobre se entregar ou parar por aqui,
Tinha razão na pergunta, mesmo sem interrogadão... Eu não posso!
Pois não sei se você seria capaz de segurar essa avalanche, 
De todos os meus "eus" que acompanham.