terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Verão passado




Chuva resvalando em mim,
a música em um compasso manso.

A onde me encontrei entre paixões
desconhecidas, e bolinhas de sabão...

Momentos que são só meus,
num egoísmo tão carinhoso.

domingo, 23 de fevereiro de 2014

Pra sonhar



Tem sonho que vira vontade de não acordar, pedindo pra ser verdade.
Despertei dando bandeira, falando bobagens, com sorriso solto no rosto...
Da missa não contei nem metade, mas fiz as pazes com a nossa paixão.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Gotas de saudade




Ignoro tua ausência no passar das horas,
Aos goles tua inofensiva falta...
Mas não leva muito para transbordar.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Sem palco




Hoje eu não tô pra drama...
Por mais que doa todas as mágoas.
Não quero crises que me segurem,
Na minha máscara de ficar bem,
Nem na mania de martirizar.

Não tô atriz, e tirei férias do meu papel.
Não tem plateia que me convença,
Nem bobo alegre que influencie.
Meu contracenar saiu de cena,
Pra dar uns tapas nessas mentiras.

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quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Vai saber...



Talvez eu esteja caída no canto do quarto,
Por preguiça da bagunça que é minha vida.
Talvez só esteja esperando o improvável,
Por não saber me assistir sem desafio...
Ou quem sabe, eu seja só um caso perdido.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Sem sentido





Eu vejo gente que não quer sorrir,
Que vive de cara amarrada, segura a tristeza em si.
Eu vejo gente armada com quadro pedras na mão,
Com o julgamento a postos, com o coração tão duro.
Eu vejo gente que procura defeito em tudo.

Gente que se alimenta de insatisfação, 
Mesmo não olhando a fundo, em nada que tá na cara... 
Ai não tem cego que enxergue, nem alegria que dure. 
Por que você não é feliz? Foi algo que te impediu?
Passado que incomoda? Falta de sonhos que tá em sobra?

Responde se vale a pena pagar tal pena, pra ser o coitado.
Não há problema sem solução, nem solução que te conserte a vida,
Quando sua vida não tem problema além dos que você cria.

sábado, 8 de fevereiro de 2014

Aos goles...




Eu amaria poder acreditar, e te dizer:
- Existe um de nós pra cada um...
Mas eu cruzei as pernas, você me deu um drink,
E eu joguei a real.

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Bloqueio



Às vezes te invejo pelas palavras,
Pois escreve em punhados o que não sei dizer.
Às vezes fecho a linha, como agora...
Por vergonha de não saber descrever bonito,
Como leio em outros livros.

Só queria dizer que sinto muito,
Por não conseguir transmitir tudo que sinto.
Mas uma hora solta a trava do que me prende,
E então não haverá vírgula que me segure,
Eu vou sair pulando em linhas, desesperadamente!

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Dois lados da mesma boneca...



Não quero por perto essa gente que me olha torto,
Como se tivesse o poder de me julgar...
Como se eu fosse uma boneca monta e desmonta.

Eu me construí de erros, acertos, avessos e tombos.
Eu não sou perfeita, nem disse que era,
 E meus defeitos são irreversíveis, tanto quanto as qualidades.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Recado ao menino...



Sabe menino...
Entrou dezembro, janeiro e fevereiro.
Não sei dizer o que passou.

A vida corre em meses maratonistas,
E eu não ando com tipo físico
Pra acompanhar...

Sabe menino...
Ando sem fôlego pra te dizer que estou cansada,
Desse sem rumo sem solução que eu virei.

Sabe menino...
Nem sei dizer, me dá um abraço?
Pra hoje quero um mundo sem compromissos.

Eu tenho medo de me perder,
Mas já faz tempo que não me acho.
Sabe? Menino...

sábado, 1 de fevereiro de 2014

Paulistana



É tudo tão cinza em sua apressada selva,
São Paulo de pedra...
Se sua pedra não fosse tão cinza,
Que cor seria sua selva?

Seu pulmão respira a fumaça que passa, 
Barulho transita em suas veias, freneticamente...
Pessoas cheias de si, com passo duro de paulistano,
Que corre entre o pare, semáforos e faixas que freiam.

Águas esquecidas te alagam, te enchem de lixo,
E afogam contigo bastante tristeza, pobreza...
Padrastos corruptos, ninguém te alimenta,
Te exploram, te vendem e te enrolam...

Cidade hospitaleira que abriga nas casas,
Nas casas que crescem pra cima, ruas e avenidas
Também viram casas, de pouco carinho a seus filhos,
Que vão crescendo tão tortos que tombam pro errado.

Oferece nos becos e berços, moleques correndo,
Patrícias bebendo, dinheiro lavado e gente tão suja.
Uma porção de coisas que fecham os olhos dos que não se importam
Com sua saúde, cidade doente de falta de gente que enxergue.

Ah... Minha São Paulo! O seu cinza é tão triste...
Mas não me impede de amar sua beleza, cheia de cicatrizes.