sábado, 24 de março de 2012

Último ato...





Meu coração como anda? Assim partido, vazio...
Tão cheio de pedaços de lances,
Relances mal resolvidos...

Minhas desavenças com os sentimentos,
Me prendem na mágoas passadas,
Como se não fossem tão passadas assim.

Eu me engano, me finjo de bem resolvida...
A quem engano?
Não é a mim, nem a ninguém...

Quem acredita nesse teatro tão mal interpretado?
Não adianta representar, mas qual a hora de deixar o palco?
Sair de cena...


sexta-feira, 23 de março de 2012

Não faço...





Tudo que faço só traz consequência a mim.
Não, não estou com medo de agir...
Mas depois de tudo, quero tranquilidade.


quarta-feira, 14 de março de 2012

Mais ou menos II Saudade




Esse é o porto seguro dos meus medos,
Pelos becos grita a saudade do que passou faz tempo...
As risadas nas calçadas, os desenhos na parede,
Os degraus onde chorei as minhas mágoas tantas vezes...

A cada passo por essas ruas, elas me contam minhas pegadas,
Já apagadas, por outras tintas do imperdoável tempo...
Mas nessa trilha quem pula os trilhos são as lembranças,
Que me invadem por todos poros, acariciam com um belo tapa
E doí, não saber distinguir o ontem pro hoje...

Eu me sentava na esquina, tomava um bom e vagabundo vinho,
Olhava o céu na espera de coisa alguma, sentia o vento na face,
E o fascinante de tudo era exatamente esse vazio do nada...
Sem expectativas, moída na banalidade, respirando o elixir da noite,
Como se fosse o único fio concreto do fazer sentido...

A liberdade de olhar pra tudo, eu reparava na vizinhança, em suas casas,
Eu já sabia que a nostalgia me esperava...
Hoje caminho do mesmo jeito, mas vejo tudo tão diferente...
Tijolos a mais, os filhos já tem filhos, e eu não tenho filhos...

Continuo tentando cuidar de mim, trabalho árduo assumo,
Nunca fui tarefa fácil de se entender...
Mas dizem que cada um tem o carma que merece.
Eu me conformo com os passeios pela saudade...

Matá-la? Impossível! A gente mata o que é vivo
O que morreu não se pode matar.
O tempo leva tudo, inclusive o que é bom...
Nada mais é como antigamente, nem as calçadas.


segunda-feira, 12 de março de 2012

Mais ou menos...




Não sou tão bonita quando acordo,
Lavo louça com preguiça e não sei fazer comida...
Não sou tão menina quanto penso,
Mas também não sou mulher quão imaginam.

Sinto mais do que devia, não sou fria como mostro...
Eu carrego sentimentos que não morrem, nem que matem.
Eu não sonho com o futuro, com o presente é que me iludo
E o danado não me agrada...

Há os dias que me encanto com o espelho...
E em outros que não quebro o que reflete pra não dar sorte ao azar.
Das lágrimas já não me lembro o tempo que leva tudo,
Inclusive o que é bom...

Eu não sou de lamentar o que foi feito já está,
Mas um tanto saudosista é adjetivo que não posso negar...
Das lembranças me orgulho, mesmo errando foi acerto...
Não me arrependeria, mesmo que tivesse esse direito.


quinta-feira, 8 de março de 2012

Procurando...




Passei por tantos mundos e não sei qual o meu...
Vago por todos eles a procura de alguém,
Que coloque calmaria na bagunça da minha vida...
Que relaxe minhas brigas com o ar que me envolve,
E devolva a vontade de sentir mais uma vez.