segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Esquinas...



Princesa perdida entre o cinza
E o preto e branco das guias,
Equilibrando seus sonhos,
Com seus sapatos vermelhos.

Menina, com seus joelhos ralados,
De tantos tombos já dados...
Atravessando a avenida,
Lhe falta espaço entre os carros.

São luzes pra todo lado,
São postes virando a esquina.
Ela caminha entre as sombras
Da solidão pelos becos.

E se dispersa tão fácil,
Que já não sabe o que é.
Que já nem sabe onde vai...
Se resumia em seus sonhos 
E passos desajeitados.

domingo, 23 de agosto de 2015

Barulho de Mar...




Esse barulho de mar que é a calma, e é também o medo.
É um frio na barriga, o barulho de onda 
renovando as águas...
Guardando as passadas, assim como a vida
e as nossas memórias.

Sentei na sacada...
Pra me ouvir nessa imensidão
de medos passados e medos futuros...
Coragem insana, que move e me afoga.

E por um momento na falta de tempo eu pude ver...
O quanto respirei nessa falta de ar,
O quanto sou sobrevivente entre os meus naufrágios...
No meio do mar, o mar que me afoga!
Me mata e me salva do morto.