terça-feira, 5 de outubro de 2010

Morto - Vivo





A tristeza é tão comum que já não tem intensidade...
É curta, em curto tempo se transforma em calmaria.
É difícil entender meu estado, minha calamidade...

Me esforcei pra chorar até secar...
Não chegou ao fim minhas lágrimas,
Mas não consegui derrubá-las, não sumiu minha voz.

Não tive forças para botar para fora o que apertava,
Isso não é o fim da dor, é um modo diferente de sofrer.
Modo pobre, de um sujeito nobre... 

Que com o coração em trapos
Lamenta por não poder, e não pode!
Eu não sei por que...


Tão desesperado para se despedaçar, se esforça... 
Mas não sabe como tirar o que nele habita há tempos, 
Tem que continuar a se carregar, meio morto-vivo, um pé lá, um pé cá.

É difícil se livrar dos fantasmas,
 Q
uando se está acostumado com essa companhia
A lhe ombrear...

É difícil se livrar dos motivos que lhe dão esperanças
De um dia sentado em um colo chorar, chorar, e chorar...
E quem sabe se sentir aliviado o suficiente para tentar recomeçar.