Sonhos...

Posso até não viver de sonhos,

Mas é por eles que sobrevivo.

Qual seria a graça do meu respirar,

Sem meus suspiros?

Permita-me...

E quando acho que não posso ser tudo que posso,  

Vou matando uma por uma das que sou... 

Até me perder de quem não pode,

Até me achar no que esqueci.

Caminhos

Durmo, acordo, escrevo e penso nas possibilidades,

Como se pudesse me montar em roteiros...

Previamente felizes, mais ou menos perfeitos.

Como se eu não tivesse que viver,

Vivo sonhando acordada.

Misturo, liquidifico e acredito...

Que um dia termino de sonhar pela metade,

Tudo que ainda não andou para realidade, 

De me ver sorrir andando.

Divididas...

Mas é que sou duvidas inquietas,

Que pulam no papel só pra fingir que se entendem...

E eu morro de medo de confundir alguém.

Vamos?

Vamos desbravar o mundo?

Vamos criar sonhos novinhos, 

Em folha de papel de vida,

Pra viver enquanto é tempo...

Vamos sair por aí, sorrir por aqui...

Caminhar sem rumo, comemorar sem data,

Só pra festejar alegria, e fazer inveja a tristeza 

Que anda à espreita... 

Vamos?

Antônimos

Transbordo em linhas na madrugada,

Acordo sóbria, enxugo as letras

E moldo as vírgulas...

Como se eu não fosse exagerada de dia,

Como se eu não fosse um pouco de razão à noite,

Como se eu não fosse muito além do que escrevo.

Lado torto...

Sou feita de motivações,

De decisões desesperadas,

Da pressa de acontecer.

Sou feita de atos insanos,

De ventos que levam,

Coincidências que cruzam.

Sou razão e equilíbrio ao ponto certo,

Errado seria eu não ser metade loucura,

Não poder criar histórias.

Aglomerado

E de repente tudo em você,
Virou um você aos pedaços...

Pedaços confusos em meus pensamentos.

Queria te entender, não consigo...

Queria me entender, não consigo.

Só sei que essa confusão me cansa...

Toda vez que aquieto em meu aglomerado

De pensar, sentir demasiado, entrelaçado

Com a vontade de fugir, do que não sei...

Te falo quando souber... 

Por enquanto sou só metáforas,

Que fogem de contexto no meu texto...

Me perco na terceira linha da segunda estrofe.

Meus versos sem compreensão.

Reflexos II

Fiz uma crônica, dessas sem pé nem cabeça...

Falava de uma menina com a cabeça no mundo da lua.

Belo dia não sei como, eu inventei essa menina.

Descobri que não tinha o que falar sobre mim...

Deitada na cama escrevi uma crônica, 

De uma menina que com a cabeça confusa, 

Criou uma crônica sem pé nem cabeça

Pra falar de outra menina...

Vai entender... Me perdi entre eu e ela.

Ela escrevia sobre mim?

Ou eu que falava dela?

Mitos

Desconstruindo os mitos que criei,

De tudo que nós não temos,

Do pouco que imaginei...

Do nada que eu perdi.

Por mais...

Eu quero encontrar pessoas que me mereçam,

E merecer pessoas iguais a mim!

Me sentir recíproca, mútua, igual...

Eu quero viver em um mundo 

Onde o especial tenha valor.

Onde eu possa ser tudo que sou.

Acreditar nas pessoas,

Sem medo de me esborrachar,

Num chão de decepções mesquinhas.

Não quero me perder na duvida

Do "se vale a pena", eu quero acreditar...

Eu quero acreditar em nós.

Coisas de Outubro!

É tanta coisa que preciso,
Às vezes penso em fazer uma lista...
Mas não sei por onde começo.

Resumidamente...
Preciso dar certo!
E é quase pra ontem.