quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Tortura



Me alimento a fim de saciar essa fome.
Não é de pão essa ânsia,
Não é de doce a ganância...

Essa cede não é de água,
Nem é do vinho que me embriaga.
O sono não me tira o fardo de cansado...

Jurava que acabaria tal severa perseguição na fuga,
Mas distante de ti ainda lhe encontro...
Cá nas lembranças que me levam ao teu encontro.

Distantes, tão próximos...
Que em instantes trazem lado a lado, 
A mágoa de um amor mal acabado.

Jurava que na fuga de mim
Me tirava a saudade de ti,
Mas no desencontro, eu o reencontro...

No vazio em que esperava ao me abandonar,
Achei a mesma tristeza do vazio, que me achou
 Depois da perda de lhe amar...

Tentando recomeçar, perdido em meus pedaços,
Lhe encontro integro em meu coração...
No mesmo lugar, a me torturar.




sábado, 7 de agosto de 2010

Ofertado



Estive pensando em nós dois...
Corta-me o peito quando partes,
Perco-me em saudades que atropelam a noite.

Toma-me em lembranças,
Perco-me em esperanças
De te ter sem fim..

Volte para mim sem ter hora de partir.
Prenda-se a nossa cama,
Juro lhe fazer feliz...

Disponho de carinho eterno,
Companhia alegre e amor bem leve,
Tu terás de mim.

Se tiver liberto do resto do mundo
Siga o caminho,
Que lhe espero o quanto, para fugir daqui.



sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Pátria




Nas nuvens ecoam o som da morte,
Ecoam sons de disparos covardes...
Discórdia da guerra, alarde de início ao fim.

Misericórdia pede toda gente,
Dessa corja de porcos eloquentes,
Nessa farda o sangue inocente.

Ecoam as dores, lágrimas e gemidos, tantos sem abrigo,
E roncam as barrigas de nossos filhos...
Enlouquecedor os berros de fome de nossas crianças.

Há tanta diferença nessa semelhança.
Já se perdeu a integridade, depois de tamanha maldade
E lutas contra vontade...

Pátria mãe gentil, onde foi parar a sua gentileza?
Que pátria é essa de bandeira triste?
Que carrega choro e tanto desgosto...

Passa os anos dentro, desse ventre incomodo...
A se debater, a se agredir, a se defender,
E não nasce vida, e não sai da lama.

O povo chama, o povo clama, o povo grita!