sexta-feira, 28 de maio de 2010

Nossa história..



Adormeci pensando em ti,
E nesse sonho contigo eu dormi.
Uma saudade, e no desejo
Uma viagem...

No nosso à dois não há pressa de nada.
É um passo de cada e de mãos dadas.
Desde que te conheci é sempre um momento ímpar
Nessa jornada...

Acordo e olho na janela,
Que me mostrava um país sozinho...
Hoje me rouba e me prende sem pedir licença,
E me devolve em tanto afeto, em tanto carinho.

Hoje vejo com clareza,
Que o tempo mudou de mansinho.
Já não chove como antes,
Depois desse sonho contigo.

A Pedidos da Mih IES

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Felizmente




Viver intensamente,
Aprofundar o conhecer da mente,
Compartilhar com toda gente,
Amar incondionalmente.

Sorrir sempre, não ter maldade.
Abraçar o mundo...
Como se tivesse uma imensa saudade,
Do que há de bom, do teu bem querer.

Viver e saber viver...
Do sofrer garimpar experiências,
É quase um tipo de poder.

A intensa intensidade
De viver a vida que te foge,
Que é fugaz e fugazmente
Clama para morte.

A intensidade que lhe chama a vida,
Que é demasiadamente querida,
E lhe quer fazer feliz.

Ah escuta a esse caro amigo que lhe diz,
Faça dela imensa, porque ela é propensa
E quer tão bem a ti.


terça-feira, 25 de maio de 2010

Dança ciranda da vida



Ah vontade doida de voltar criança,
E rodar a saia na ciranda antiga.
De dançar à toa., correr na garoa,
Brincar de pega-pega, esconde, escorrega.

Ah que vontade forte de voltar menina,
Esquecer do mundo e suas tristes brigas.
De ficar na rua, de ralar joelhos...
De correr de medo, da mãe com a chinela.

Me devolva a infância e sua relevância.
De pensar que um dia, eu quis crescer,
Hoje em nostalgias é meu florescer.

Hoje nas cantigas se reflete as rugas,
Hoje nas cantigas vejo o envelhecer.
Toda uma labuta, peleias e disputas.

Tragam-me o líquido púrpura...
Faça eu me encolher, volto a infância 
Que ensina bem mais do que o crescer.

Canta-me a velha cantiga...
Lhe danço o fandango até o raiar do dia.
Canta-me a beleza jovem
De uma moça pobre sem o de comer.

Hoje minha fome é minha saudade,
A maior e bruta a gritar pra trás...
Meu futuro é ermo, eu e o desalento
A cantar cantigas, a lembrar cirandas.
Sem poder dançar...


quinta-feira, 20 de maio de 2010

Memórias Turvas




Manhã chuvosa...
Pego-me a deitar na cama,
Estranhas lembranças, antes de adormecer,
Nesta mesma cama, me desposei para você.

Cai a chuva, cai o dia,
E as esperanças já caídas...
Gotas lá fora, e aqui dentro seu enterro.
Minha morte, triste sorte, a de nós dois.

Acordo de mais um sonho mal acabado,
Igual nossa realidade, uma grande maldade
A nos atormentar...

É triste um acabar, que acabou assim...
Num fim de um começo, que não continuou,
Sem aviso algum a quem esperou.

Deixa-me na cama adormecer...
Uma hora há de silenciar meu pranto
E calar os meus soluços.
Deixa-me ver cair o mundo...

Se me afogo nessas mágoas,
Peço pelo amor de Deus,
Não me salve das entranhas
Dessas águas turvas...

Assim fico mais perto das lembranças
Se hei de morrer, que seja perto de você.


quarta-feira, 19 de maio de 2010

Delírios




Quando sinto você em mim,
Sinto o ventre delatado,
Vem um quente gelado
E um amor demasiado...

Quero a droga do meu vício,
Injetada devagar...
Quero que sinta em meus labirintos,
O alívio do veneno rubro,
Doce e leve pecado de lhe amar.

Me consume essa febre,
Queima a carne desse corpo,
Me derrete em delírios,
Que de sonhos eu não morro.

Me arrebata o sentir,
Quando sinto você em mim.
Se me tomas devagar,
Desfaleço em seus braços,
Me desmonto em pedaços,
Me descolo pelo quarto.

Me coloca no lugar,
Faça isso com cuidado...
Dependendo do desmaio
Não desperto nunca mais.

Fala-me baixinho amor,
Pra aquietar o meu furor.
Ponha-me a acalmar...
Depois de acordar desnorteada
Desses devaneios doidos,
De lhe ter, de lhe amar.



quinta-feira, 13 de maio de 2010

Medo




Não tenho lá o que falar,
Ou melhor, tenho tanto..
Mas não sei dizê-lo.

Ando meio assim sei lá...
Meio sem o que fazer,
Tendo que fazê-lo.

Com o pensamento vago,
E o coração perdido.
Com a alma calma,
Mas calmaria também é perigo.

Tenho medo de mim mesmo,
De um eu que não conheço.
Tenho medo de tanto,
E temo tanto por tê-lo.

Hesito, por medo de fazer errado,
E acabo por não fazê-lo,
Nem certo, nem imperfeito.

Espero mais um dia...
Junto a esse meu companheiro,
Por mais que eu grite incessantemente.
Larga-me danado medo!


domingo, 9 de maio de 2010

Matemática Desentendida




Na vaga lembrança que tenho de mim,
Em surtos que me trazem de lá,
Em apses que me trazem pra cá.
Me perco!

Sou o x da questão que me aflige.
Sou um doce que vem da dor,
Tiro alegria de qualquer rancor.

Sou mais do menos...
Sou a soma dos sentidos multiplicados...
A fração da confusão sem múltiplo comum,
Sou igual...Sou diferente de qualquer um...

Quadriculado com um gráfico crescente.
Indefinido... Sou eu um perdido,
Na página do meu lado incoerente,
Sou doente inconsciente.

Em uma matemática sem resultado plausível.
Em uma conta de um individuo divídido...
Sou um matemático na conta de um conto,
Em busca de uma chave que não encontro.

Continuo a vida no infinito ímpar,
Continuo aluno, continuo curinga...
Pois a vaga lembrança que me traz de lá,
Não me dá aqui o lugar de me encaixar...

Quando penso que entendi este grande problema,
O sinal do final é o sinal que me condena...
E depois do meu sinal de igual,
Há só um imenso vazio...

Há um poema que perdeu o ritmo,
Que perdeu o fio, que sumiu o brio.
Há só um vazio... 
Meu imenso vazio.


segunda-feira, 3 de maio de 2010

Poetisa




Ele é menino poeta...
Ah quem dera eu poetisa
Só tenho surdos de escrita

Menina perdida em apses de alegria,
Perdida em confusas
Confusões de tristeza e melancolia

Ah quem dera eu poetisa...
Sou um surto de papel na mão,
Sou um lápis perdido entre linhas,
Com uma margem infinita

Dai-me um poema senhor poeta que me inquieta.
Ensina-me a escrever da saudade que aperta...
Num passado que se foi, de um amor que ficou,
E que não quer partir de mim.

Doa-me sossego, porque me perco em dúvidas...
Dentro do desassossego que me desassossega...
Ensina-me a escrever da escrita que desafoga.
Ensina-me a dádiva e saber a hora, do virar de página.

Se tens toda essa astúcia, me conte como escrever bonito,
Tenho todo um livro em branco a esperar um professor...
Ah quem dera eu ser poetisa, vejo papel em branco e molho
 Em lágrimas que caem pela face, em desespero... 

Por não saber escreve-lo.


domingo, 2 de maio de 2010

Menina




Menina dos olhos cor de mel,
Dos cabelos negros, da pele branca,
Das esperanças puras, e amor incondicional...

Sonhos infinitos,
Pesadelos constantes,
Sorriso cativante e lágrimas sem fim...

Menina do corpo de boneca,
Que é levada da breca
E é também melancolia...

Menina mulher de fases,
Que faz diálogo em pequenas frases...
Que vive histórias de amor...

Criança de movimento adulto
Que acredita em tudo, que se quer viver.
Adulto quer fugir do mundo, quer voltar criança.
E usar do tempo pra poder viver..

Tristeza que já é alegria, e me contagia,
Me faz primavera...
Me transforma em flor.

Vai e vem de mudanças,
Vivo de esperanças
Brincando de encantar...

Eu quero colorir o mundo...
Viver meu absurdo, andar em roda gigante
E trazer o céu distante pra bem perto do meu chão...

E se vivo loucuras é porque sou louca,
E infelizmente o que manda em mim
Ainda é o coração.