terça-feira, 25 de maio de 2010

Dança ciranda da vida



Ah vontade doida de voltar criança,
E rodar a saia na ciranda antiga.
De dançar à toa., correr na garoa,
Brincar de pega-pega, esconde, escorrega.

Ah que vontade forte de voltar menina,
Esquecer do mundo e suas tristes brigas.
De ficar na rua, de ralar joelhos...
De correr de medo, da mãe com a chinela.

Me devolva a infância e sua relevância.
De pensar que um dia, eu quis crescer,
Hoje em nostalgias é meu florescer.

Hoje nas cantigas se reflete as rugas,
Hoje nas cantigas vejo o envelhecer.
Toda uma labuta, peleias e disputas.

Tragam-me o líquido púrpura...
Faça eu me encolher, volto a infância 
Que ensina bem mais do que o crescer.

Canta-me a velha cantiga...
Lhe danço o fandango até o raiar do dia.
Canta-me a beleza jovem
De uma moça pobre sem o de comer.

Hoje minha fome é minha saudade,
A maior e bruta a gritar pra trás...
Meu futuro é ermo, eu e o desalento
A cantar cantigas, a lembrar cirandas.
Sem poder dançar...


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