quinta-feira, 20 de maio de 2010

Memórias Turvas




Manhã chuvosa...
Pego-me a deitar na cama,
Estranhas lembranças, antes de adormecer,
Nesta mesma cama, me desposei para você.

Cai a chuva, cai o dia,
E as esperanças já caídas...
Gotas lá fora, e aqui dentro seu enterro.
Minha morte, triste sorte, a de nós dois.

Acordo de mais um sonho mal acabado,
Igual nossa realidade, uma grande maldade
A nos atormentar...

É triste um acabar, que acabou assim...
Num fim de um começo, que não continuou,
Sem aviso algum a quem esperou.

Deixa-me na cama adormecer...
Uma hora há de silenciar meu pranto
E calar os meus soluços.
Deixa-me ver cair o mundo...

Se me afogo nessas mágoas,
Peço pelo amor de Deus,
Não me salve das entranhas
Dessas águas turvas...

Assim fico mais perto das lembranças
Se hei de morrer, que seja perto de você.


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