terça-feira, 27 de abril de 2010

Mulher







Toda mulher nasce pro amor,
Sua peleia é a sina de sentir demasiadamente
Os segredos da paixão...

Já diziam que perde o rumo
Quando sangra o ventre,
E em desejos quentes

Queima o coração...

Que é um grande tolo, perdido e enroscado
Entre grades e enjaulado...
Esperando por uma fuga sem nexo,
Do lugar seguro que lhe acomoda,
O incomodo que lhe quer partir.

Ele te implora,
Dia após dia pra sair dali...
Ah mulher confusa, não lhe de ouvidos.
Esse órgão é burro...
Fuga é dor, é vida e morte...

É vagar em busca de algo abstrato
Num labirinto, vendado...
Se iludir com superficiais cheiros de rosas,
E furar o dedo em espinhos de veneno lento,
De delírios fortes e visões febris.

Escreviam os poetas de adocicadas almas
Como doí o abandono...
A mulher sempre chora e espera a volta
D'alma que abandona o corpo.
Nesse interminável clico sem fim...

Só lhe volta a calma quando te iludes
De novo por amor eterno...
Que vaga de hora em hora
Nesse confuso e imenso jardim.

Brota sem lei a flor do amor da mulher sem estação.
Mas o outono é lei na ciranda da flor,
Que sem mais nem menos encontra-se ao chão.

Chora mulher que nasceste de choro,
Ao sorrir a outra que lhe deu a luz...
Já nasceu gritando por destino triste,
Tens caminhos vagos e poucos afagos.

Não se desespere por tamanha angústia.
O destino é breve, deixe que te leve....
Tu te desabrochas, não fuja da hora desse amanhecer.
Pois um dia se acostuma a roda da vida que lhe fez nascer.

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