quarta-feira, 1 de abril de 2015

Pra você!




Você virou meu fuso horário,
E eu reparto meu dia em dois,
Só pra te ter mais tempo...
Mas tempo algum é suficiente pra nós.

Eu queria unir o sol e a lua, 
Nesses nossos quilômetros de distância,
E tempo correndo ao contrário...
Só pra te ter do lado, em nosso universo paralelo.

Porque me faz falta sua voz com preguiça,
E o cabelo bagunçado quando acorda.
Até esse seu desajeito de esbarrar em tudo,
E falar bobagens só pra me tirar do sério.

Me faz falta as bagunças pela madrugada,
E nossas conversas antes de dormir...
Me faz falta esquecer que existe um mundo além de nós,
E agora o mundo, é só o mundo, e nada além.

No calendário são números sem sentido,
Aumentando e diminuindo, marcando a virada do mês.
E cada dia, é mais um dia, e menos um...
Pra eu voltar sorrindo, e te contar do tempo que passei distante.

Mas por enquanto eu vou guardando 
Os pedaços dessa saudade e ansiedade,
Pra gente matar em um daqueles abraços...
Que só a gente sabe.

domingo, 29 de março de 2015

Do fundo da gaveta...




Cultivar algo inseguro é o mesmo que desenhar a arquitetura de um castelo sentada na rua...
Sabendo que a qualquer momento caíra uma tempestade, bem em cima do papel.

Desconfio.

sábado, 28 de março de 2015

Traços...



Como se eu não tivesse vinte e poucos.
Como se eu não soubesse o nome de cada letra...
Queria aprender a escrever o que sinto.

Como se fosse escapatória de todas as palavras,
Travadas, na ponta dos dedos...
Preciso me dar a explicação por escrito.

Por ser racionalmente irracional,
E emocionalmente abstrata,
O meu retrato não tem um traço com direção.

sexta-feira, 27 de março de 2015

Meu lados...




Sou os meus sentimentos, 
Meu estado de humor...
Sou minha vontade de ir, 
E a preguiça de voltar.
A esperança quando tenho, 
E o pessimismo quando deixo.

Sou as músicas que canto, 
Sou os sorrisos que entrego,
As lágrimas que derrubo, 
O falatório sozinho e inquieto.

Eu poderia dizer 
O nome pelo qual atendo.
Poderia dizer meu endereço,
Mas não tenho, sou de por aí...
Poderia mostrar o corpo que habito,
Contar como me pareço...

Mas não sou um conto com ponto, 
Uma prosa ou crônica reta...
Sou um coisa morrendo e sentindo,
Sou os sonhos que tenho a pulsar,
Enquanto há pulso.

quarta-feira, 25 de março de 2015

Mudo



Então engula essa sensibilidade do avesso,
Sem pausa pra afago...
Porque explicação só faz barulho em vão.

No buraco de quem não entende 
Ecoa um socorro calado,
Não grita, não faz diferença.

Me canso, me calo, desisto...
Insisto e sinto de novo,
Repito meus erros e falo sozinha.

Fantasmas me cercam, 
Silêncio sentido, repito meu grito, 
Me canso outra vez.


sexta-feira, 13 de março de 2015

Perdida




Tudo fica próximo do distante em um instante.
Tudo eufórico e triste, misto que me agride.
Tudo muda e eu me movo, presa a lugar nenhum...
Solta em pedaços de certezas inventadas.

Me apego no pessimismo, no otimismo...
Me apego no que me serve de homeopatia.
Receito minhas doses, me finjo de medicada,
E sigo caminhos tortos na reta tão racional...
No meio do emocional, eu tento me fazer de sã.

domingo, 8 de março de 2015

Fui!



Eu quero apagar nosso álbum...
Eu vou desfazer nossos dias,
Bem longe dos meus sentimentos.

Eu vou esquecer os sorrisos
E me apegar na tristeza,
Que foi me jogar de cabeça,
Na história que não faz sentido.

Eu vou embarcar na partida...
Não mando bilhete ou cartão.
Eu vou me enfiar num avião,
Que rime bem longe de nós.

Pra passar a dor de ficar a sós,
Com nosso fracasso,
De ser bem feliz.