sexta-feira, 13 de março de 2015

Perdida




Tudo fica próximo do distante em um instante.
Tudo eufórico e triste, misto que me agride.
Tudo muda e eu me movo, presa a lugar nenhum...
Solta em pedaços de certezas inventadas.

Me apego no pessimismo, no otimismo...
Me apego no que me serve de homeopatia.
Receito minhas doses, me finjo de medicada,
E sigo caminhos tortos na reta tão racional...
No meio do emocional, eu tento me fazer de sã.

domingo, 8 de março de 2015

Fui!



Eu quero apagar nosso álbum...
Eu vou desfazer nossos dias,
Bem longe dos meus sentimentos.

Eu vou esquecer os sorrisos
E me apegar na tristeza,
Que foi me jogar de cabeça,
Na história que não faz sentido.

Eu vou embarcar na partida...
Não mando bilhete ou cartão.
Eu vou me enfiar num avião,
Que rime bem longe de nós.

Pra passar a dor de ficar a sós,
Com nosso fracasso,
De ser bem feliz.

domingo, 22 de fevereiro de 2015

Tempos



Eu queria escrever um outro texto,
Eu queria dizer: - não tenho medo!
Eu queria dormir sem ter receio,
De um futuro que não sei onde vai dar.

Poderia dizer que volto logo...
Poderia abraçar todos os sonhos.
Eu queria poder tornar mais fácil,
Esse abismo inseguro a onde eu vou.

Não podia carregar de outra forma,
Não podia esquecer essas memórias,
Não podia apagar todas as marcas,
Que o caminho tatuou em minha história.

Mas queria acreditar em meus amores
E que todas boas novas dessem certo.
Eu espero que o presente que se refaça,
Com certezas programadas para mim.

O ontem me guarda, e eu me guardarei!
O hoje me embala, e eu embalarei!
O amanhã me aguarda, e eu aguardarei!
Na calma do tempo que corre ao revés.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Guarda-amor



Me serve os gestos,
Me veste as roupas,
Me cobre a alma
Com seus carinhos.

Nas suas lentes que embaço,
A graça de dizer que amo.
Em mil abraços, eu não me amasso...
Pois tudo em você me cai bem.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Chuvas






Ponho a cabeça no travesseiro
Esperanças por água abaixo..
No meu teto não para a chuva.
A cabeça rodando em cismas,
O barulho não é de água...
Martelando meus pensamentos.

Ponho a cabeça no travesseiro
As tolices gritam tão alto,
Se não fosse essa solidão
Acordava a vizinhança toda...
Perguntava de esquina a esquina,
O motivo dessa tristeza.

Ponho a cabeça no travesseiro
E repito os mesmos versos,
Pra calar verdades e a insanidade,
De querer sonhar demais...
Em um mundo tão pobre de amor.

sábado, 17 de janeiro de 2015

Silêncio gritante...




Respira uma agonia a contorcer,
Pela casa assombra o silêncio...
Na falta de seu barulho, emocional!
Na falta de seu entulho, emocional!
Na falta de seu encontro, emocional.

Seu jeito meio gritos pra parede,
E cinzas de cigarros pelo chão...
Na falta do que dizer consigo mesma,
Sobre a falta que sente, 
De uma esperança que espera...

Uma esperança espoleta que pule,
Nesse silêncio desconcertante...
Meio que consentido, que tolerado, 
Meio de canto de olho,
E olhando pra todo lado.

Silêncio cômodo de quem calou,
Já por preguiça de falar demais.
Chorar demais, esperar demais...
Por um barulho que faça sentido,
Pra ser sentido e trazer sentido.

Silêncios são difíceis de se decifrar...


quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Corda bamba




Na corda bamba
Coração partido,
Que não toma partido
Espatifa no chão.

A indecisão é caminho perdido,
Que não volta pro início
Nem tem fim que apareça,
Leva a desilusão.

No mar de dúvidas,
Sempre fica à deriva
Se afoga em perguntas,
Que não vai responder...

A incerteza que sacode na mente,
Embaralha na alma, e te tira a visão.
De tão perdido entra em um labirinto
Que não sabe fugir...

No fim de tudo...
Sobra uma mão vazia,
Outra chance perdida
E um vazio a pulsar.

Espatifa no chão
Quem não toma partido,
Coração partido
No corda bamba.