segunda-feira, 19 de abril de 2010

Lágrimas





Poucas são as lágrimas...
Diante tamanha mágoa 
Que guardo junto ao peito.

Ainda hei de esquecer as dores,
Que em meu coração habitam.
Demolir a moradia de tanto sentimento inútil.

Meu semblante simpático e sorridente,
Enquanto o pranto continua...
Digo diariamente: - Não chore!


domingo, 18 de abril de 2010

Tanto Quis




Era triste e feliz te ter,
Pra pensar em ti, durante o dia. 
Durante a noite era um sonho,
Às vezes infeliz...

Te ver, e te ver partir
Hoje é um nada, não te ter aqui.
Parece que daqui nunca foi...
Amor que tanto quis.


sábado, 17 de abril de 2010

Curinga Perdido





Há cartas de baralho
Com personagens vivos

Pulando da minha janela...

Há maravilhas fantasiadas
Com nome de esperança

E eu não sei mais acreditar...

Pulo junto?
Ou fico estagnada...
Com o resto que já está.


Sinto cheiro de chiclete
No piscar de olhos 
que piscam aflitos.
Procurando me encontrar,
Ou me perder nessa doce aflição.


Continuo pedindo que o mundo conspire...
Há curingas na mesa do jogo que estou a jogar.
Horas em minha mão, horas em outro lugar.

Infelizmente em blefes há abismos...
Horas escorrego nessa escuridão,
Sinto que cansei dessa brincadeira...

Só queria um personagem que me mostrasse
A realidade, e me acompanhasse...
Que enfeitasse o vazio que sou obrigada a enfrentar...
Ainda tenho medo das cartadas incertas que a vida dá.


sexta-feira, 16 de abril de 2010

O oco





Me deixei apaixonar
Por uma árvore seca,
E quem secou foi eu...

Dia após dia eu cantei canções de amor,
Para abençoar aquele maldito,
Que era pra mim o mais puro sentimento.

Eu chorei... Eu colhi o que plantei.
Eu plantei amor em um castelo de ilusões,
Que você soprou... Desmoronou.

Intenso o sentimento
Que foi embora sem dar adeus...
Partiu da mesma forma que apareceu.
Fugaz.

Deixou o mesmo de antes
Desse amor vazio...
O oco que ficou comigo.

Já não choro mais.. Secou.
Já não amo mais... Sequei.
Já não sinto... Ficou contigo
O sentimento que morreu comigo.

E sei que não é só seu
O vazio que você deixou...
Já o tinha antes de você partir.
Não lhe culpo por tal maldição.

Antes de você com seu amor vazio...
Eu já tinha esse oco a me acompanhar.


terça-feira, 13 de abril de 2010

Assasinato






Hoje acordei de um pesadelo,
Você estava nele...
Será que é verdade ?
Será que pressinto?

Hoje é só uma ilusão...

Confusão que já não sei se foi real.
Porque tudo deixou de existir,
Por uma fração de segundo.
Como se nunca no mundo 
Tivesse sido o que foi...

Foi assim demasiadamente precoce
Para uma história de amor...
Não sei se declarei amar você.
Assim também já não sei mais se amei...

Quem sabe amanhã saberei explicar ao mundo,
O que não sei dizer por achar absurdo...
Gritar o que pede inconstante no passado pra calar.
E diz que passou...Que não é daqui.

E no adeus que tu me deixou...
Ficou o sentimento que nunca existiu,
E se existiu foi teu adeus quem morreu e matou.


segunda-feira, 12 de abril de 2010

Fôlego





Tenho sono, mas não quero dormir.
Parece que espero noite após noite...
O último beijo não me tirou o fôlego.

Eu quis e não quis...
Eu fugi de ti, eu fugi de mim.
Eu procurei em outros mares tuas ondas.
Mas o último beijo não me tirou o fôlego...

Eu quis e não quis...
E eu que não te quero mais,
Mas ainda estou aprendendo a viver sem você.

Eu não tive tempo de dizer te amo...
Eu não tive tempo para aprender a dizer adeus.
Eu não quis, eu não fiz...

Eu queria estar chorando, me aliviando
Em gotas que caem pela face...
Mas noite após noite continuo a esperar.

Nesses dias de amargura, eu tento apaixonar.
Eu tentei, mas não consegui...
No último beijo eu não quis pensar em ti...
Mas não me tirou o fôlego a ponto de te esquecer.



segunda-feira, 5 de abril de 2010

Trem






Onde será que me leva esse trem?
De onde será que ele me faz voltar?
Na partida de algo que não se viu ainda,
Ou na chegada de uma noite inesperada...
Entre beijos no amanhecer de uma madrugada.

Sempre volta a fazer efeito
Os remédios que não tomei...
Há feridas em corações partidos
Que partem desse trem...

Não sei onde dá o destino
Nem se preenche tal vazio...
Há defeitos nas maquinarias
Que me levam até você...

Passando de vagão a vagão,
Se perdem mil coisas entre minha confusão.
Mas entre mil delas encontrei você...
Naquele mesmo trem, do qual ainda não sei voltar.

Falta certeza nas coisas...
Que não sei acreditar.