domingo, 3 de julho de 2016

Letra largada...



Faz tempo que não me vejo 
No espelho que vem da escrita. 
Faz tempo que não te conto segredos inventados... 
Verdades exageradas, e contos de devaneios 
Da minha imaginação.
    
Faz tempo que me calei, pro mundo que eu criei...
São estações quietinhas de pura introspecção.
Boca calada e mente confusa...
Um quebra cabeça da inquietação.     

Aqui estou, acumulando rascunhos,
Nos dias que passam e apagam...
Mas já não me reconheço naquela letra largada,
De quem não quer se mostrar.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Dói

Eu gostaria de desfazer todos os nossos erros, 
em um abraço cheio de certezas...
Mas simplesmente não dá.
Apenas dói!
Dói como a morte que ainda não morri,
apesar da vontade...

De parar de amar
Ou
Começar a morrer...
Talvez ambos.

sábado, 30 de janeiro de 2016

Troço



Eu sou um troço desses que sente...
Sofre, explode e cansa,
Persiste e sobrevive.

Eu sou um troço desses que fala...
Com sentido, sem sentido,
Mas sempre sentindo exageradamente.

Eu sou um troço desses que chora...
Como se o mundo fosse acabar,
E talvez se fosse, choraria um pouco menos.

Eu sou um troço defeituoso...
Esperando um comprimido que faça dormir!
Porque tem cansaço que também mantém acordado.

sábado, 9 de janeiro de 2016

Crônica DELA...




E de repente são quatro paredes e um mundo vazio, transbordando "ELA". 
Ela gosta de ler, de escrever, são folhas de livros lidos e não lidos...
Prateleira cheia, cadernos escritos e poesias mal acabadas.

Ela, sou eu pelos cantos, me esvaindo em músicas repetidas...
Das quais nem sei cantar e por isso repito.
Grita, a necessidade de me expressar.

Travesseiros a mais para rolar menos, pela cama que acolhe devaneios.
Não dorme, sacode a mente noite adentro de si, se perde...
Se acha, se engana, progride, regride, vomita e engole coragens. 
Com ar de arrependimento por pensar demais e agir de menos.

Agora vencida pelo cansaço ela desliga o relógio, e dorme o resto do dia...
Até que a sobra seja quase noite, e assim repetir seus dilemas repetidos.
Como pode um cansaço ser tão agitado? Não sei...

Dentro de um quadrado de miscelâneas e agonias, sem sal, açúcar ou ouvinte...
Ganha de si a atenção que não tem, é o caminho que encontrou para amortecer.
A sua estranha forma de ser...

quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Eu que não sou...




No rosto que não é meu,
Nas roupas que não me servem.
A foto que eu não tirei,
Na pose que não é minha.
Sorriso que eu não sorri,
Tristeza que eu não chorei.
De um jeito que eu não falei,
Dos hobbies que eu nunca tive.
Cabelo que eu não cortei,
E os riscos que eu não sofri.
Os drinks que eu não bebi,
Em um canto que eu nunca fui.

Te encontro olhando...

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Meio inteiro...


O amor é meio rima à toa,
Tentativa de poesia...
Literatura, novela das oito,
Meio música pela manhã.

Capturando no piscar de olhos...
Seu jeito nos afazeres mais simples.
Para assistir em um filme de repetir
Os detalhes de conhecer seus trejeitos.

O amor é meio clichê, meio brega,
Mas completamente feliz...
A ponto de matar de inveja,
Sujeito que não sabe ser bobo.

Não há linha de estrofe que caiba
A sorte desse sorrir carinhoso...
Do coração que encontrou motivo,
Junto ao coração do outro.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Tempo, tempo...


Tempo, tempo...
Pare de correr!
Sinto medo de me perder,
Num compasso que não sigo.

Pelos dedos escorrendo,
Vejo tempo que me foge...
Num piscar de coisa alguma,
Que não vi acontecer.

Pare de fugir!
Se me apresso, perco o fio.
Se espero, perco a hora,
Que enrola nos ponteiros
Do relógio que não para.

Pare de numerar!
Que pergunto a todo tempo,
Quanto tempo ainda tenho?
Pra perder me esperando.

Tempo, tempo...
Eu que fico enrolando...
Pra poder matar o tempo,
Ao invés de me achar.