sábado, 30 de janeiro de 2016

Troço



Eu sou um troço desses que sente...
Sofre, explode e cansa,
Persiste e sobrevive.

Eu sou um troço desses que fala...
Com sentido, sem sentido,
Mas sempre sentindo exageradamente.

Eu sou um troço desses que chora...
Como se o mundo fosse acabar,
E talvez se fosse, choraria um pouco menos.

Eu sou um troço defeituoso...
Esperando um comprimido que faça dormir!
Porque tem cansaço que também mantém acordado.

sábado, 9 de janeiro de 2016

Crônica DELA...




E de repente são quatro paredes e um mundo vazio, transbordando "ELA". 
Ela gosta de ler, de escrever, são folhas de livros lidos e não lidos...
Prateleira cheia, cadernos escritos e poesias mal acabadas.

Ela, sou eu pelos cantos, me esvaindo em músicas repetidas...
Das quais nem sei cantar e por isso repito.
Grita, a necessidade de me expressar.

Travesseiros a mais para rolar menos, pela cama que acolhe devaneios.
Não dorme, sacode a mente noite adentro de si, se perde...
Se acha, se engana, progride, regride, vomita e engole coragens. 
Com ar de arrependimento por pensar demais e agir de menos.

Agora vencida pelo cansaço ela desliga o relógio, e dorme o resto do dia...
Até que a sobra seja quase noite, e assim repetir seus dilemas repetidos.
Como pode um cansaço ser tão agitado? Não sei...

Dentro de um quadrado de miscelâneas e agonias, sem sal, açúcar ou ouvinte...
Ganha de si a atenção que não tem, é o caminho que encontrou para amortecer.
A sua estranha forma de ser...

quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Eu que não sou...




No rosto que não é meu,
Nas roupas que não me servem.
A foto que eu não tirei,
Na pose que não é minha.
Sorriso que eu não sorri,
Tristeza que eu não chorei.
De um jeito que eu não falei,
Dos hobbies que eu nunca tive.
Cabelo que eu não cortei,
E os riscos que eu não sofri.
Os drinks que eu não bebi,
Em um canto que eu nunca fui.

Te encontro olhando...

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Meio inteiro...


O amor é meio rima à toa,
Tentativa de poesia...
Literatura, novela das oito,
Meio música pela manhã.

Capturando no piscar de olhos...
Seu jeito nos afazeres mais simples.
Para assistir em um filme de repetir
Os detalhes de conhecer seus trejeitos.

O amor é meio clichê, meio brega,
Mas completamente feliz...
A ponto de matar de inveja,
Sujeito que não sabe ser bobo.

Não há linha de estrofe que caiba
A sorte desse sorrir carinhoso...
Do coração que encontrou motivo,
Junto ao coração do outro.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Tempo, tempo...


Tempo, tempo...
Pare de correr!
Sinto medo de me perder,
Num compasso que não sigo.

Pelos dedos escorrendo,
Vejo tempo que me foge...
Num piscar de coisa alguma,
Que não vi acontecer.

Pare de fugir!
Se me apresso, perco o fio.
Se espero, perco a hora,
Que enrola nos ponteiros
Do relógio que não para.

Pare de numerar!
Que pergunto a todo tempo,
Quanto tempo ainda tenho?
Pra perder me esperando.

Tempo, tempo...
Eu que fico enrolando...
Pra poder matar o tempo,
Ao invés de me achar. 

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Passou outubro...




Meu mês, 
De flores pelas calçadas,
Outono, calor e frio.
A chuva cai a tardinha,
E chega sem avisar.

Desde que nasci,
Te vejo todos os anos.
Ditou eu ser indecisa,
Ditou eu ser equilíbrio,
Ditou eu me balançar.

Voltei para te assistir,
De perto dos meus amores.
Seus dias são todos meus,
Cheguei pra te enfeitar...
Me libra!

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Cantiga de setembro...



É primavera florescer de cores,
Entra setembro, e inicia o fim.
Conta os dias, roda a saia
Na cantiga de quintal.

Pula corda com varal,
Joga pedra na vizinha... 
Conta versos de mentira,
Canta tudo o que não tem.