sábado, 1 de fevereiro de 2014

Paulistana



É tudo tão cinza em sua apressada selva,
São Paulo de pedra...
Se sua pedra não fosse tão cinza,
Que cor seria sua selva?

Seu pulmão respira a fumaça que passa, 
Barulho transita em suas veias, freneticamente...
Pessoas cheias de si, com passo duro de paulistano,
Que corre entre o pare, semáforos e faixas que freiam.

Águas esquecidas te alagam, te enchem de lixo,
E afogam contigo bastante tristeza, pobreza...
Padrastos corruptos, ninguém te alimenta,
Te exploram, te vendem e te enrolam...

Cidade hospitaleira que abriga nas casas,
Nas casas que crescem pra cima, ruas e avenidas
Também viram casas, de pouco carinho a seus filhos,
Que vão crescendo tão tortos que tombam pro errado.

Oferece nos becos e berços, moleques correndo,
Patrícias bebendo, dinheiro lavado e gente tão suja.
Uma porção de coisas que fecham os olhos dos que não se importam
Com sua saúde, cidade doente de falta de gente que enxergue.

Ah... Minha São Paulo! O seu cinza é tão triste...
Mas não me impede de amar sua beleza, cheia de cicatrizes.

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